28 dezembro 2008

Os shministim - importante não esquecer nunca e especialmente em dias destes

Em Israel, jovens com pouco menos de 20 anos são condenados a penas de prisão por se recusarem, enquanto objectores de consciência, a cumprir o serviço militar obrigatório.



A associação pacifista americana "Jewish Voice for Peace", que defende, entre outras causas, o entendimento pacífico entre judeus e árabes em Israel e na Palestina, está neste momento a dinamizar uma campanha de sensibilização mundial em que pede às autoridades israelitas a libertação de todos esses jovens shministim.

O site é o seguinte: http://december18th.org/

18 de Dezembro não foi o fim do processo, mas sim o início. Visitem e, se estiverem de acordo, assinem e divulguem a petição.

27 dezembro 2008

coisas que se dizem nas eleições...

O Bairro São João de Deus foi abaixo. Em 2002 ia ser reabilitado.




A construção no Parque da Cidade, inadmissível em 2002, vai para a frente.

"Para cumprir a promessa que fez aos portuenses, de não autorizar construções no Parque durante os próximos quatro anos, Rui Rio vai ter que pagar a peso de ouro as respectivas indemnizações ao consórcio imobiliário liderado pela Imoloc. Que agora tem luz verde para arrancar com o projecto habitacional e comercial numa zona de superluxo, de um lado a Avenida da Boavista, do outro a Circunvalação."
Notícia de O Comércio do Porto em 5 de Janeiro de 2002, assinada pela jornalista Florbela Guedes, actual responsável pelo Gabinete de Comunicação da Câmara do Porto
Rui Sá, da CDU, que no anterior mandato esteve ao lado de Rui Rio em toda esta polémica, diz que precisa de conhecer o teor do acordo "para poder analisar os valores e ver se o interesse do município está a ser salvaguardado". Irónico, diz que é preciso "ver se o presidente não se terá esquecido de divulgar outros pormenores", mas alerta para a questão dos mais de 43,5 milhões de euros em património que a autarquia se propõe dar em troca do acordo. "Era importante saber-se qual o património que, desde o início do mandato, a câmara já alienou para pagar dívidas". O vereador alerta para o risco de o município estar a "degradar a situação patrimonial apenas para salvar a situação financeira" e pergunta se Rui Rio "não deveria ter tentado um acordo logo desde o início do mandato".

[...] este negócio tem a vantagem de colocar um ponto final numa série de processos que dificilmente a autarquia venceria. Mas não deixa de motivar algumas interrogações. Era necessário tanto tempo para solucionar este litígio? E caso a solução tivesse sido encontrada há mais tempo, não é legítimo pensar que a solução teria sido mais económica para os cofres do município? Rui Rio está muito mais empenhado em fazer passar a ideia de que o empreendimento que viabilizou para os terrenos a sul do parque não se encontram no seu interior e sim no seu exterior. Não foram os limites do parque que foram alterados. O presidente de câmara limitou-se foi a aceitá-los para poder chegar a um acordo sem o ónus de ter permitido algo contra o qual sempre esteve.

Como o Sr. diz que é sério com cara séria temos de acreditar que é. Ou não?


Como sempre, graças à Baixa do Porto

Reintegração - É preciso sonhar acordado



mais um belíssimo trabalho do Paulo Pimenta e da Luísa Pinto.

26 dezembro 2008

Espírito natalício

Diz-me a tradição que as dias que antecedem o Natal são de sofrimento. Trânsito caótico, muito trabalho em poucos dias, mensagens irritantes, falta de dinheiro e de paciência...

Já os festejos de Natal em família sempre que agradaram. Faço orgulhosamente parte de uma família que não faz a mais bonita árvore, o melhor presépio, a maior ceia ou a mais grandiosa troca de presentes. A árvore é normalmente feiota, o presépio algo louco, a ceia quentinha e os presentes incompreensíveis para os estranhos. Também há cantorias. Os cantos de Natal e a roupa velha do dia seguinte são o melhor; raros mas constantes.

Este ano, surpreendentemente, dei por mim a celebrar os dias antes do Natal. O Natal fora da família. E não foi mau.

Porque o local é o princípio de tudo, e mesmo sem tempo nada, nunca consigo dizer que não ao que me rodeia todos os dias. Ando particularmente contente por ser convocada pela Associação de Pais.

No dia 17 de Dezembro fui à escola contar uma história às duzentas e tal crianças que a frequentam (da pré-primária ao 4º ano), enquanto um outro pai a ilustrava em tempo real.

Para esse dia fiz uma versão do "´Twas the night before Christmas" de Clement Clarke Moore. Não tive tempo para a trabalhar como gostaria, mas diverti-me bastante e as crianças também. Aqui fica o texto.

Era véspera de Natal, e em casa já nada mexia
Tudo estava sossegado, nem um rato se ouvia
As meias tinham sido penduradas na chaminé
Na esperança que o Pai Natal passasse ali ao pé
As crianças dormiam aconchegadas nas caminhas
Com sonhos de algodão doce a povoar as cabecinhas
E a mãe de xaile aos ombros, e o pai já de roupão
Tinham acabado de se deitar no meio da escuridão
Quando vindo lá de fora se ouviu tamanho estrondo
Que saltei da cama a correr, quase dei um grande tombo
Rápido como um relâmpago fui para a janela
Abri as persianas e as cortinas de flanela
A lua estava cheia e tudo iluminava
Dava um brilho de meio-dia a tudo o que ali estava
E então, o que havia de aparecer mesmo naquela altura
Oito minúsculas renas e um trenó em miniatura
Com um velho condutor, tão vivo, tão rápido e tal
Que eu soube naquele instante que tinha de ser o Pai Natal
Veloz como um bando de pássaros, o exército de ajudantes chegava
E ele murmurava e gritava e pelo nome os chamava
Vamos, Apressado! Vamos Raposa! Vamos Dançarino!
Rápido Cometa! Rápido Faz-tudo! Rápido Cupido!
Subam até lá cima! Mesmo até ao telhado!
E agora toca a desaparecer, como se nem cá tivessem estado!
Como as folhas secas a voar com o vento
Giravam por todo o lado sem parar um momento
E a voar subiram ao topo da casa sem medos
Com o Pai Natal e o trenó carregado de brinquedos
E num abrir e fechar de olhos comecei a ouvi-los no tecto
Ouvia os passos e os saltos dos duendes ali tão perto
Então procurei em volta para ver se estariam ali ao pé
E vejo o Pai Natal a cair com estrondo da chaminé
Estava todo vestido com lã, da cabeça aos tornozelos
E tinha a roupa muito suja, com cinza e cotão em novelos
Transportava um grande saco de brinquedos às costas
Parecia um mercador com sacolas sobrepostas
E os seus olhos – como brilhavam! Faiscavam alegria!
As suas bochechas pareciam rosas e o seu nariz ria!
Na sua boca estava desenhado um sorriso leve
E a barba do seu queixo era branca como a neve
Vi-o conversar com a lareira em assobios quentes
E vi o fumo subir em círculo e dançar com os duendes
Tinha uma cara larga e uma barriga bem redonda
Que abanava quando ele ria como se estivesse tonta
Era redondo e patusco, era mesmo um velhote simpático
E eu, sem pensar, não contive um riso bombástico
Ele virou-se para mim e fez-me sinal de segredo
E soube desde logo que não tinha nada que ter medo
Ele não disse uma palavra, e voltou logo ao trabalho
E encheu todas as meias, depois virou-se atrapalhado
E tapando o nariz com os dedos do pé
Abanou a cabeça e subiu a chaminé
Subiu para o trenó, assobiou aos ajudantes
Partiram todos a voar e tudo ficou calmo como antes
Mas eu ainda o ouvi a gritar no final
Boa noite para todos! Para todos um Bom Natal!

19 dezembro 2008

A Escola II ou O escopo de Nós II

As paredes das salas são feias. A tinta está velha.
A professora passou horas a decorar a sala. Fez painéis com letras e desenhos e colou-os na parede.
A associação de pais decidiu pintar o interior da Escola. Passou horas a pedir tintas e braços.
A autarquia visitou a Escola. Sobre o trabalho da professora disse "Que porcaria é esta? Não se podem colar coisas na parede!" Sobre a intenção dos pais disse: "Quem lhes deu autorização para pintar a Escola?"

O escopo de Nós

Coro de vergonha, de raiva e de tristeza todas as vezes que ouço o nosso primeiro-ministro e os nossos ministros dizerem "nós" para referir o governo. Do outro lado do muro do "nós" fica Portugal; uma nação assim sem gente, ou sem eles, ou feita só de eles - ainda não percebi bem.

15 dezembro 2008

A Escola

A Escola tem setecentos euros por ano para consumíveis; trezentos para papel higiénico, duzentos para fotocópias, duzentos para tudo o resto. Os pais levam o papel e tentam arranjar as tintas.
A Escola não pode fazer compras directamente; tem de pedir tudo ao agrupamento. A Escola pediu papel higiénico em Setembro; em Novembro ainda não tinha chegado.
A Escola não tem funcionários administrativos; os professores passam horas a tratar do Magalhães.
A vida na Escola é complicada. E não é por causa dos professores, dos alunos ou dos pais.

Novas moradas da PLATEIA

O blog da PLATEIA tem uma nova morada: www.plateia-apac.blogspot.com. O domínio www.plateia.info será encerrado no dia 31 de Dezembro de 2008, bem como todos as moradas de correio electrónico a ele associadas. A nova morada de correio electrónico é plateia.apac@gmail.com.

03 dezembro 2008