13 dezembro 2006

fazer da estupidez um marco de coerência


Rui Rio atacou de forma alarve "os agentes culturais". Confundiu arte contemporânea com cultura, profissionais das artes com vida cultural. Não percebeu e não percebe nada. Afirma orgulhoso a sua boçalidade. Podemos tentar explicar que investigação é diferente de educação e que investigadores e professores não são sinónimo de vida académica, embora uns não existam sem os outros. Mas não vale a pena. Porque para Rui Rio o poder autárquico é a cidade e o partido é o poder.

Mas até Rui Rio percebe que o que é demais enjoa. E cansa. Continuar a criar grandes eventos à volta da sua estupidez cultural já não é realmente notícia. Qualquer dia as pessaos cansam-se de tanto debater cada uma das suas ofensas à vida cultural da cidade e, num daqueles instantes de calmaria que permitem olhar o horizonte, vêem todo o podre que já se instalou.

A anunciada entrega do Rivoli ao La Feria será notícia por quanto tempo? E o Quim Barreiros a abrilhantar a festa de fim de ano? Alguém acredita mesmo que Rui Rio acha que estas são boas opções? São as escolhas que podem continuar a alimentar notícias. Rui Rio faz da estupidez um marco de coerência.

O ar austero de colarinho apertado até ao útimo botão continua a enganar. Tivesse ele uma barriguinha e a gola desalinhada e todos viam o óbvio. Assim persiste uma qualquer ilusão de justiça e honestidade nos seus erros. Por algum estranho motivo parecemos achar de confiança quem se esforça por mostrar que não tem prazer na vida.

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