Como diz o Rui Tavares, o Público é o "meu jornal". Mas é, infelizmente, muito menos do que já foi. Durante muitos anos foi por mérito próprio. Agora é por demérito dos outros. Mas é verdade: também eu aprendi com o Público, com o Eduardo Prado Coelho e o Calvin e Hobbes, a ler jornais de trás para a frente.
O Daniel Oliveira descreve muito do processo de desencanto. Ao que diz sobre a dimensão do projecto inicial apetece-me acrescentar isto: o Público era o único jornal claramente nacional. Agora não é. Mas continua a ser dos poucos (o único) a fazer uma cobertura mínimamente decente do país.
Comecei a ler o Público aos 16 anos. Mais ou menos quando comecei a fazer teatro. A noção de que era normal fazer arte contemporânea tanto em Aveiro, como em Coimbra, em Lisboa, no Porto ou noutro lado qualquer foi-me dada pelo Público.
Eu soube do teatro, bom e mau, que se fazia por todo o país graças às críticas do Manuel João Gomes. Nunca mais ninguém teve noção do todo.
Eu percebi as ténues linhas entre entretenimento e arte com um suplemento de artes total. Quando o "meu mundo" ficou dividido entre Y e o Mil Folhas o "meu jornal" perdeu sentido. E eu perdi paciência para o Ipsílon. Tenho pena.
Tenho saudades de quando um domingo era domingo porque eu lia de fio a pavio o Público e todos os suplementos que não tinha tido tempo para ler durante a semana. O Público mudou e eu também. Cada um para seu lado. Ainda assim é raro o dia que não começa com a leitura dos títulos online e não acaba com o passar de olhos pelas folhas impressas.
E gosto dos jornalistas do Público que conheço.
E só compro outro jornal se tiver mesmo de ser.
O Daniel Oliveira descreve muito do processo de desencanto. Ao que diz sobre a dimensão do projecto inicial apetece-me acrescentar isto: o Público era o único jornal claramente nacional. Agora não é. Mas continua a ser dos poucos (o único) a fazer uma cobertura mínimamente decente do país.
Comecei a ler o Público aos 16 anos. Mais ou menos quando comecei a fazer teatro. A noção de que era normal fazer arte contemporânea tanto em Aveiro, como em Coimbra, em Lisboa, no Porto ou noutro lado qualquer foi-me dada pelo Público.
Eu soube do teatro, bom e mau, que se fazia por todo o país graças às críticas do Manuel João Gomes. Nunca mais ninguém teve noção do todo.
Eu percebi as ténues linhas entre entretenimento e arte com um suplemento de artes total. Quando o "meu mundo" ficou dividido entre Y e o Mil Folhas o "meu jornal" perdeu sentido. E eu perdi paciência para o Ipsílon. Tenho pena.
Tenho saudades de quando um domingo era domingo porque eu lia de fio a pavio o Público e todos os suplementos que não tinha tido tempo para ler durante a semana. O Público mudou e eu também. Cada um para seu lado. Ainda assim é raro o dia que não começa com a leitura dos títulos online e não acaba com o passar de olhos pelas folhas impressas.
E gosto dos jornalistas do Público que conheço.
E só compro outro jornal se tiver mesmo de ser.
1 comentário:
Quando eu tinha 16 anos, havia dois jornais nacionais: O Diário de Notícias e O Século. Eu lia o Diário de Notícias porque era o meu jornal. E a minha desilusão, hoje, é ainda maior que a tua.
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