07 agosto 2008

O direito à criação

A propósito deste artigo do Público, que cita o João Teixeira Lopes, atrevo-me a acrescentar que um dos grandes problemas do Porto neste momento é o não reconhecimento por parte do poder político e económico do direito à criação.
A quase inexistente "ligação entre esta cultura emergente e a cultura institucional" tem como consequência a falta de meios de produção, e de sobrevivência, para quem quer criar hoje no Porto. A cultura institucional ocupa-se de mostrar no Porto o que se fez ou o que se faz no resto do mundo - o que é bom mas insuficiente. No Porto o direito à fruição está garantido. O direito à criação não. Cada vez menos.
Uma cidade que não (se) cria, morre. Por muito in que possa parecer de vez em quando.

2 comentários:

contra-baixo disse...

Desculpe que lhe diga, mas o seu postal confunde dois conceitos distintos - o do direito à criação e o do apoio à criação. O direito à criação e a liberdade de criar dos criadores estão garantidos pela CRP e nao me parece que estejam em causa na cidade do Porto. O apoio à criação, as formas de a apoiar, ou a decisão política de o fazer ou nao estão no âmbito das políticas públicas e da decisão política que uma maioria de 4 e 4 anos valida.

catarina disse...

Asseguro-lhe que não estou confundida:
O direito à fruição é assegurado por investimentos públicos em equipamentos e programação;
O direito à criação, sem qualquer tipo de investimento ou financiamento, é um conceito teórico sem qualquer correspondência prática.