20 setembro 2008

Nós baseamo-nos em factos. O Ministério da Cultura baseia-se em quê?

Na proposta de regulamento para apoio às artes compara-se Lisboa e Porto. A PLATEIA diz que é inaceitável. O Director Geral das Artes disse hoje numa entrevista a uma rádio que não é bem assim. Então como é?

O distrito do Porto é o mais pobre do país. A Região Norte é a que tem o menor PIB per capita e o maior número de famílias a receber o Rendimento Social de Inserção. A Região de Lisboa e Vale do Tejo é a que tem o PIB per capita mais alto do país e o maior índice de poder de compra.

O financiamento actual do Ministério da Cultura às artes performativas está distribuído do seguinte modo:

A Região Norte tem o mais baixo investimento por habitante e a Região de Lisboa e Vale do Tejo o mais alto investimento por habitante;

A Região Norte não tem nenhuma estrutura no patamar mais alto de financiamento e a Região de Lisboa e Vale do Tejo tem o maior número de estruturas no patamar mais alto de investimento;

A Região Norte tem 1 estrutura financiada por cada 105.483 habitantes e a Região de Lisboa e Vale do Tejo tem 1 estrutura financiada por cada 39.342 habitantes
(este é o único indicador em que há uma região "abaixo" do Norte; no Centro só há uma estrutura financiada por cada 123.923 habitantes. Não há, naturalmente, nenhuma região, em qualquer indicador, "acima" de Lisboa e Vale do Tejo).

O que é que nós não estamos a ver?
Que as Berlengas não têm nenhuma estrutura financiada e por isso estão bem pior do que nós?

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