10 novembro 2008

se uma cidade, depois de saber o que sabe, dá um voto a um autarca...

Padre José Maia, Presidente da Fundação Filos, em entrevista ao Público.

a Câmara Municipal do Porto adoptou uma filosofia muito própria. Todas as câmaras têm um pelouro social. E o pelouro social intervém ao nível da rede social. No Porto, de facto, não há rede social. É o único concelho do país.

Em relação ao São João de Deus é uma estupefacção. Como é possível aquilo acontecer e não haver um movimento social?
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A minha questão é o princípio. O problema de expulsar os pobres para a periferia. Se formos a ver, muitos dos actos de vandalismo que estão a acontecer resultam de situações explosivas. A área metropolitana é um terreno minado pelo desemprego, pelo tráfico das drogas, pela desestabilização familiar que é muita, por um número imenso de pessoas detidas, de crianças que têm de estar com as mães na cadeia e depois não têm quem as acompanhe na inserção do bairro de onde saíram. É uma zona minada pela pobreza. Enquanto não conseguirmos desminar a cidade...
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Todos os indicadores negativos estão mais carregados no distrito do Porto: sida, associada à toxicodependência, tuberculose, violência doméstica...
O Porto está no ranking desagradável. Há aqui situações que partem de uma reivindicação política. O poder central tem descurado o Porto. Têm faltado actores políticos e económicos que de facto defendam o país. Tempos o caso do aeroporto. E outros. E depois tudo tem a ver com tudo.


O título do post também foi retirado da entrevista.

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