04 novembro 2006

Rio ridículo

Rui Rio fez um despacho. Não há mais subsídios a fundo perdido. Uma companhia de teatro teve a lata de o pôr em tribunal. Era o que mais faltava. E vai daí o grande Presidente de Câmara lembrou-se de dar mais este passo moralizador. Afirmando, na sua incomparável modéstia, estar a dar um exemplo ao País.

Por onde começar?
Saberá Rui Rio que as autarquias não dão subsídios a fundo perdido?
Terá ideia que os poucos financiamentos que a Câmara Municipal do Porto ainda concedia eram tão pequenos que este despacho não tem qualquer efeito prático?
E que exemplo quer dar ao País? Que numa terra desertificada e estupidificada pessoas como ele podem ser eleitas mandato após mandato?

Rui Rio processou um crítico que lhe chamou energúmeo (e ganhou!!!) recorrendo aos tribunais numa questão de debate e crítica política.
Rui Rio pôs um processo aos ocupantes do Rivoli, achando normal envolver os tribunais no desenrolar de uma acção de contestação política. (Sim, porque os ocupantes do Rivoli não estragaram nada - até varriam as migalhas).
Mas Rui Rio acha intolerável que uma companhia de teatro recorra aos tribunais ao ver um apoio financeiro da CMP ser retirado porque se recusou a assinar uma cláusula de censura num contrato. (Está em causa um apoio já garantido para um festival que já aconteceu e uma cláusula claramente ilegítima num regime democrático.)

Portanto, Rui Rio amuou. E trata de mais uma vez denunciar essa corja dos subsiodependentes.

Eu acho que se impõe um pedido:
Dr. Rui Rio, importa-se de nos devolver os salários que tem ganho?
É que o Sr. Presidente é pago com dinheiro dos contribuintes para servir o interesse público da cidade. E sentimos que tem sido um fundo perdido.

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